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segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Triunfalismo (por CPAD, 2º. trimestre de 2006)

Lições Biblicas

O Triunfalismo (por CPAD, 2º. trimestre de 2006)

Texto áureo: 2 Corintios 2.7

" Porque nós não somos , como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus. "

Verdade prática

os triunfalistas são os mercadores da Palavra de Deus que, desprezando a correta interpretação da Bíblia, aplicam de forma errônea os textos bíblicos em benefício próprio.

Leitura biblica: Hebreus 1.32-37.

Comentário

O objetivo dos triunfalistas é baseadamente mercadológico. Eles susam os mesmos recursos de marketing para persuadir o povo a receber suas crenças e práticas. Seus líderes inventam campanhas, usando como chamariz textos e personagens do Antigo Testamento. Afoitamente, empregam figuras e símbolos bíblicos completamente fora de contexto como ponto de contato para aproveitar-se da boa fé do povo de Deus e para arrecadar fundos. Alguns deles usam os meios de comunicação para criticar e atacar a teologia e o estudo sistemático da Palavra de Deus.

I. OS MERCADORES DA PALAVRA DE DEUS

1. Falsificadores e mercadores (2 Co 2.17).

A palavra original usada para falsificadores é o verbo kapeleuõ que, segundo os dicionários da língua grega, significa traficar, comerciar, falsificar, adulterar, lucrar com um negócio. No contexto do Novo testamento, o apóstolo está referindo-se tanto aos mercadores, aqueles que usam a Palavra de Deus visando interesses pessoais, como aos falsificadores - os que adulteram a Palavra, a fim de agradar as pessoas e delas tirarem vantagens.

2. Prática da simonia.

A palavra simonia procede do nome de Simão, o mágico de Samaria, que intentou comprar o dom do Espírito (AT 8.18-21). Hoje, é aplicada aos mercadores da fé, que oferecem as bênçãos divinas mediante o pagamento de certa quantia em dinheiro. O apóstolo Paulo via, com muita tristeza, o crescimento dessa tendência mercadológica; para combatê-la, usou uma palavra cujo sentido é falsificar ou mercadejar a Palavra de Deus. Isso envolve práticas de simonia e adulteração da Palavra de deus; é transformar o cristianismo numa prática comercial, visando apenas interesses pessoais.

3. Forma bíblica de levantar recursos financeiros.

A Obra de Deus faz-se com milagres e recursos financeiros. A Biblia estabelece regras para se levantar tais recursos: dízimos e ofertas (Ml 3.10). No que tange a esse procedimento, o apóstolo Paulo baseava-se no sistema sacerdotal estabelecido na Lei de Moisés (1 Co 9.9,10) e nas palavras do próprio Senhor Jesus (1 Co 9.14). No entanto, muitos confundem a fé cristã com negócios e colocam a igreja nessa esfera, banalizando o sagrado e reduzindo as coisas de Deus à categoria de mero produto comercial. O tema do culto é o Senhor Jesus, e não as ofertas.

II. OS HERÓIS DA FÉ

Gostaria de avaliar uma igreja poderosa segundo a chama que veio de Jerusalém, que ultrapassou os séculos enfrentando imperadores corruptos e malignos , escondendo-se em cavernas e morrendo pelo direito de ler os pergaminhos , penso nos mártires que tiveram a sua vida ceifada pelo fato de não adorarem a César e sendo jogados às feras e aos gladiadores glorificavam a Deus com o seu sangue , ou mais recente quando imputados como hereges eram jogados na fogueira , sendo o cheiro de carne queimada como aroma agradável , pois pelo testemunho destes a fé ultrapassou a idade das trevas , por negar a fé da igreja comandada por César, morrendo se fosse necessário pela fé em Jesus. O fogo que veio do pentecostes , em Jerusalém, tornou a igreja poderosa para dar testemunho até os confins da terra sobre o fato de ser Jesus, o cristo , o messias que havia de vir ; a igreja que tem poder lutou o bom combate sem depender do estado ou do homem , para fazer missões e alcançar os povos distantes , pois ousou viver e morrer por fé , crendo que a oração do justo é impactante no céu , e da mesma forma que após o dilúvio , Noé ofereceu sacrifício que foi agradável a Deus , esta oferece com a sua existência o sacrifício de consagração , disponível ao serviço do Senhor .
Onde há fogo ha algo sendo consumido, por isto a igreja que tem poder é queimada constantemente pelo poder do Espírito , do pecado que quer manchar a nossa carne com sangue e violência . Precisamos avaliar o fogo do altar pela vida daquele que está no altar , precisamos verificar as obras não por aquilo que falamos de nós mesmos , mas segundo aquilo que as nossas obras estão refletindo em nossa sociedade e conseqüente no mundo espiritual .
A igreja que tem poder suporta com mansidão a dor do silêncio de Deus e serve ao Senhor indiferente aos resultados alcançados materialmente , pois segundo Paulo aprendemos a nos contentar com o muito e com o pouco , aprendemos a ter e a não ter , aprendemos a nos alegrar e nos entristecer , aprendemos na riqueza e na pobreza, por isto podemos todas as coisas naquele que nos fortalece. A igreja que tem poder permanece fiel quando todas as coisas colaboram para blasfemar da soberania de Deus em nossas vidas , quando a nossa vontade não é a de Deus , quando o nosso sonho não se realiza, quando estamos diante do não , quando é necessário começar tudo de novo. ( por Carlos Alberto Siqueira - siqueiracarlos@msn.com)
1. Os que fizeram proezas (vv. 32-34). Encontramos na Bíblia muitos homens que fizeram proezas pelo poder de Deus: Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel entre outros.
Quantos servos e servas de DEUS deram suas vidas pelo evangelho? Quantos foram queimados em fogueiras da inquisição, quantos comidos pelos leões dos césares romanos?
Os triunfalistas não enxergam a África com seus milhões de aidéticos, não enxergam os milhares de missionários mortos por todo o mundo anualmente tentando levar a preciosa semente andando e chorando, só pensam em sua fazendas, prédios luxuosos e sua gorda conta bancária. para pregarem em qualquer cruzada ou em qualquer congregação cobram mais do que os astros do rock em seus diabólicos shows.
Esqueceram-se de JESUS:
Mt 10.8 Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.
Gl 5.8 Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
2. Os mártires e perseguidos (vv. 36-38). A lista dos heróis da fé, registrada em Hebreus 11, mostra, por si só, as falácias dos triunfalistas. Os sofrimentos pelo evangelho são resultado de uma vida de compromisso com o legítimo evangelho da salvação e não do enriquecimento.
3. A decepção. Outra prova das falácias triunfalistas é que muitos dos que acreditaram nessa mensagem estão decepcionados
A grande maioria dos que andam atrás de sinais e não de salvação e transformação de vidas, estão decepcionados pelos resultados a longo prazo de suas "empreitadas evangelísticas" Uns porque não enriqueceram e outros porque enriqueceram, mas não conseguem pagar suas dívidas; outros porém, deram testemunho de sua cura e agora não conseguem entender porque continuaram doentes após determinarem a saída de demônios de suas vidas.
II. EXEGESE x EISEGESE
1. Etimologia de “exegese”. O vocábulo “exegese” significa “exposição, explicação”.
É a prática da hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam, no caso, o Antigo e o Novo Testamento.
do Grego exégesis, explicação - s. f., crítica e interpretação dos livros do Antigo e Novo Testamento, e, em geral, dos textos sagrados; por ext. interpretação, história; explicação do texto das leis; comentário.
Hermenêutica - Ciência da Teologia que ensina os métodos de interpretação da Bíblia
2. A falsificação chamada eisegese. A interpretação peculiar e tendenciosa de um texto bíblico vem de fora para dentro. As seitas são especialistas nisso. A eisegese, portanto, é o inverso da exegese.
Exemplo:
Quando lemos 1Tm 5.23 podemos declarar que o crente pode beber vinho (alcoólico), porém em pequenas quantidades, pois Paulo aconselha a Timóteo que o faça como um ótimo remédio para seu estômago. ESTA é a EISEGESE, pois não levamos em conta o texto inteiro, não levamos em conta o Capítulo, o Livro, a Bíblia e nem o que DEUS exige de nós.
Quando lemos 1Tm 5.23 e estudamos este versículo, chegando à conclusão de que Paulo está aconselhando a Timóteo a tomar suco de uva misturado à água, em pequenas quantidades, pois a água de sua época era muito ácida e causava problemas de úlceras estomacais nas pessoas como comprovado pelas pesquisas arqueológicas; também se chega à conclusão de que o crente, sendo templo do ESPÍRITO SANTO, não deve colocar este corpo a serviço do álcool, produto causador de discussões, tolices, falta de conduta e decoro, falta de controle da mente, etc... Esta é a EXEGESE, pois se estudou o texto, o contexto literário e arqueológico, o livro, a doutrina bíblica e a vontade de DEUS.
V. O ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS
1. Interesse pela ignorância. A Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia aos leigos no Concílio de Toulouse, França, em 1222.
A PROIBIÇÃO DE SE TER UMA BÍBLIA:
Em 1229, o Concílio de Toulouse (França), o mesmo que criou a diabólica Inquisição, determinou: ‘Proibimos aos leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento...Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido.’ (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2). Foi este mesmo Concílio que decretou a Cruzada contra os albigeneses.

Na Idade Média, quando a Igreja Católica Apostólica Romana tinha o poder - inclusive para matar e perseguir - simplesmente proibiu a posse e leitura da bíblia. Hoje, com a "bola mucha", não podendo mais perseguir e matar, ela tenta de todas as formas (até mesmos distorcendo a própria bíblia) provar que a bíblia não é a palavra final de doutrina para igreja.
O grande interesse pela ignorância bíblica é um dos artifícios usados pelo triunfalismo para não ser desmascarado por não ser na verdade um seguimento evangélico.
2. O cuidado com o formalismo. Nossos pioneiros jamais manifestaram ojeriza pelo estudo da Palavra de Deus. Pelo contrário: eram os maiores incentivadores do conhecimento bíblico.
Tensão entre ofício e participação. Quem deve dirigir o culto a Deus? Quem pode participar ativamente na liturgia? Somente aqueles que foram ordenados para isso – pastores e presbíteros? Ou qualquer membro da comunidade? Respostas variadas têm sido dadas a essas questões por diferentes grupos evangélicos no Brasil. Por um lado encontramos igrejas que entendem que apenas aqueles que foram treinados adequadamente e posteriormente autorizados (ordenados) pela igreja é que podem participar ativamente do serviço divino. Outros grupos, como os quacres do passado e alguns movimentos quietistas modernos, rejeitam a própria idéia de ofício e dispensam qualquer ordem ou liderança no culto público. Encontramos nas igrejas evangélicas brasileiras variações desses extremos. Parece-nos claro que o caminho correto é manter no culto a liderança claramente bíblica dos presbíteros e pastores e ao mesmo tempo procurar entre os não-ordenados aqueles que têm dons públicos que possam, após treinamento adequado, participar ativamente da liturgia, porém deve ser aberta a oportunidade de testemunhar dos feitos de DEUS em qualquer vida que deseje fazer.
3. O poder da Palavra de Deus. Muitos estão nesses movimentos com o propósito de servir a Deus.
A confissão positiva tem torcido o verdadeiro sentido do poder da Palavra de DEUS, não é mais DEUS que age e sim a pessoa que manda DEUS agir; O RESULTADO É FUNESTO, POIS DEUS É O SENHOR E NÃO DÁ SUA GLÓRIA A NINGUÉM.
CONCLUSÃO
Os triunfalistas proferem seus ataques contra todos os que amam e estudam a Palavra de Deus. Isto porque se sentem ameaçados; pois sabem que, dificilmente, ficarão entre eles os que descobrirem a verdade na leitura e no estudo da Bíblia.


O Triunfalismo Cristão é de Deus ou do diabo?
Publicado em: 21/11/2005
Por: Wallace Sousa Circuncisão
Ass. de Deus - Cuiabá - Mato Grosso
Estamos hoje em dia vendo um fenômeno interessante e ao mesmo tempo preocupante: o triunfalismo ganhando cada vez mais terreno no arraial evangélico. Mas o que é triunfalismo? Que significa esta palavra esquisita? Triunfalismo advém de triunfo, que é o mesmo que vitória, conquista, sucesso, etc. Todavia, no meio cristão isto veio a representar uma atitude positivista frente às adversidades da vida. Teoricamente, não chega a ser uma má coisa. Teoricamente. Sim, porque o desânimo tem afogado muitas pessoas nas águas lamacentas da mágoa e desesperança, causando o naufrágio de muitos sonhos brilhantes. Logo, é louvável ter uma atitude de não esmorecer frente às dificuldades tão presentes no corre-corre diário.

Mas daí permitir que essa atitude chegue às raias da arrogância e do orgulho é simplesmente solapar o alicerce do caráter cristão expresso nas palavras de Jesus: aprendei de mim que sou humilde e manso de coração. Presenciamos hoje, no meio cristão, cenas impensáveis até algum tempo atrás. Talvez o acréscimo rápido nas estatísticas eclesiásticas não tenha sido acompanhado de um plano eficaz de doutrinamento bíblico e discipulado, o que faz acender um alerta para o perigo do mesmo fato ocorrer na China comunista, palco do maior avivamento evangélico dos últimos anos. Infelizmente, junto com o expressivo crescimento evangélico no Brasil, assistimos um decréscimo repugnante no nível de caráter apresentado pelos cristãos evangélicos de um modo geral.

Ser crente (ou pastor) não é mais sinônimo de caráter ilibado e idoneidade moral. Infelizmente, observamos cada vez mais o distanciamento entre o comportamento assumido dentro da igreja e fora dela. O cristão evangélico de hoje, dependendo da forma como foi doutrinado ou se é que o foi, é uma incógnita teológica: não sabe em que crê, por que crê e como crer de forma ortodoxa. Às vezes, chegamos a pensar que a Igreja evangélica está importando idéias mirabolantes do imaginário popular futebolístico. Em jogo da seleção brasileira, todo torcedor é um técnico em potencial que sabe melhor do que ninguém, inclusive que o próprio técnico oficial, qual a melhor escalação, quais jogadores devem ser convocados e quais não, qual a melhor tática, etc. Penso que se fossem montar todas as seleções possíveis desses técnicos, não haveria jogadores brasileiros suficientes.

Em se tratando de futebol brasileiro e seleção nacional, parece que a única unanimidade entre os torcedores tupiniquins é a aversão assumida contra os argentinos. Penso que o cenário está se repetindo entre os evangélicos: todo crente agora deseja ser um teólogo respeitado e criar uma nova teologia em cima de um suposto melhor entendimento das Escrituras. Mas querem fazer tudo isso desrespeitando princípios teológicos seculares sem sequer terem dedicado algumas horas em meditar acerca do que estão defendendo. Uma verdadeira lástima. Isso tem preocupado muitos líderes sinceros e respeitados, e sua preocupação é totalmente abalizada. Acredito firmemente que a chamada Teologia da Prosperidade foi a responsável por esse afrouxamento perigoso de padrões que resultou nesse caos teológico.

Foi como se tivessem sacramentado o pensamento pluralista – que aceita idéias contraditórias ao mesmo tempo – na teologia cristã. Agora qualquer pessoa pode advogar ter recebido uma nova revelação e sair por aí se auto-proclamando o último profeta do momento, tal qual aquele pãozinho francês recém saído do forno, crocante e apetitoso. Oxalá eles tivessem mesmo entrado em um forno antes de falarem suas asneiras a torto e a direito; um profeta desses a menos não faria falta alguma, ou será que alguém aí discorda? O triunfalismo nada mais é que o principal produto da famigerada Teologia da Prosperidade, a qual acrescento o “Material”, ficando assim: Teologia da Prosperidade Material (ou TPM dos crentes...).

É um tal de não aceito isso, não aceito aquilo outro, doente não posso ficar, miséria não é pra mim e por aí vai... A aceitação, ou melhor, a proclamação da Teologia da Prosperidade foi a institucionalização da arrogância entre os crentes. Por que essa “nova revelação” não surgiu na época da igreja primitiva? Seria muito útil lá, afinal a perseguição era terrível e cruel. Ser cristão naquela época era quase que ser considerado terrorista da Al Qaeda nos dias de hoje. Mas os intentos de Satanás foram frustrados, visto que para cada cristão que morria surgiam dez em seu lugar! Parecia que era fertilizante e não sangue que corria em suas veias. Cada gota de sangue cristão derramado irrigava uma nova safra de crentes mais dispostos que a anterior, para desespero do diabo. Aquilo pra ele era um verdadeiro inferno. Escaldado com essas experiências negativas (ou seria melhor dizer positivas?), ele resolveu mudar de tática: descobriu que melhor que matar um crente fiel era deixá-lo vivo, mas tornando-o infiel.

Com isso, o benefício seria duplo: enquanto a morte de um crente fiel produzia piedade em vários outros, a vida de um crente infiel (se é que isso existe!) traz vilipêndio ao nome de Jesus e desmoralização à sua igreja, que é o seu corpo. Preciso reconhecer, todavia, que não existem pessoas perfeitas. Há pessoas sinceras e que expressam um compromisso com Cristo que ainda se encontram em processo de lapidação e aperfeiçoamento do caráter que cometem muitos vacilos na fé. Existe uma variação de humor e atitude por parte destes que tornam sua caminhada cristã muito semelhante a uma jornada de montanha-russa. Uns dias lá no alto, já outros lá em baixo.

Esse tipo de crente é uma incógnita e um desafio ao entendimento do ser humano. Apesar de ser sincero e buscar com todas as forças ser arrolado entre os fiéis, ele sempre tem um pecado aqui ou acolá, geralmente de estimação, cultivado há anos e mantido sob o maior sigilo enquanto se decide se o abandona de vez ou não ou se apenas o suprime temporariamente para vê-lo surgir mais adiante. Estes crentes bem que poderiam, ao se relacionarem com outras pessoas, identificarem-se com um crachá tipo “CUIDADO: CRENTE EM OBRAS”.

Todavia, esse não é o tipo que traz maior prejuízo ao Reino de Deus, embora inquestionavelmente o faça. Talvez um exemplo bastante significativo seja o rei Davi e seu caso extraconjugal com Bate-Seba. Apesar de já haver demonstrado várias vezes seu grande valor e imensa coragem em inúmeras batalhas, sua misericórdia ao poupar mais de uma vez a vida de seu mais feroz perseguidor e tantas outras coisas louváveis, acabou caindo desgraçadamente nos braços de uma mulher que lhe era proibida (como se houvesse escassez de mulheres a seu dispor no palácio...). É necessário ressaltar que Davi não foi seduzido por ela, mas sim a seduziu. Este talvez seja um dos maiores mistérios de toda a Bíblia: tentar entender por que um homem como Davi, repleto de tantas qualidades, acabou se tornando o mentor intelectual de um assassinato com o único objetivo de usufruir dos deleites sexuais da viúva. Por que aquele gigante da fé e baluarte da moral sucumbiu tão miseravelmente ante sua própria natureza carnal?

Talvez minha maior dúvida não seja esta, mas sim por que Deus não o fulminou antes de perpetrar o fato ou mesmo depois de consumar o ato? Tremo só de pensar nisso, visto que minha vida seria alvo de coisas piores que as que prescrevi a Davi. Pesando ambos na balança, Davi e eu, penso que seria semelhante a tentar comparar o peso de um mosquito com o de um elefante. Obviamente, Davi não é o mosquito, claro. Penso com certa dose de convicção que Davi serve de espelho para a grande maioria dos crentes fiéis no Brasil. Capazes de grandes feitos heróicos e suscetíveis a escabrosos fracassos também, mas indubitavelmente alvos do grande e imerecido amor de Deus. Infelizmente, crentes como José ‘do Egito’ e Daniel ‘da Babilônia’ (relatados no AT), fiéis a toda prova, imaculados no meio da lama, são raridade mesmo na narrativa bíblica.

No NT temos o exemplo de Pedro, o apóstolo da liderança e o crente da inconstância, líder nato e volúvel até os ossos, bem parecido com vários irmãos que conheço, inclusive eu. Parece uma febre: queremos fazer grandes coisas para Deus, revolucionar o mundo, mas nem sequer conseguimos arrumar a própria casa. Queremos ganhar o mundo para Cristo, enquanto que no oculto de nossas ações individuais perdemos a batalha da obediência no altar enganoso da indecência. Afinal, o que somos? O que isso significa? Que nossos maiores esforços individuais não são páreos para a força do pecado que em nós habita e milita. Sem a ajuda de Deus, ou se virarmos as costas para Ele, podemos nos tornar uma caricatura de Hitler a qualquer momento na primeira oportunidade. Se com o Espírito Santo habitando em nós ainda fazemos coisas reprováveis sabendo que o são, como não nos afundaríamos no lamaçal perigoso do pecado se o abandonarmos?

Tenho para mim que essa forma de Deus permitir que nossas fraquezas nos deixem em situações embaraçosas demais para as ignorarmos é uma maneira de Ele nos preservar humildes e dependentes de seu poder e graça. É óbvio que se eu pudesse escolher, jamais escolheria esta forma tão humilhante de submissão; o único e maior problema é que eu sou o servo e não o senhor... mas meu maior medo é que esta seja não apenas a melhor mas sim a única forma de eu conseguir permanecer próximo a Deus. E se for, com alegria a suportarei, porque me prova quão grande amor Ele tem por mim para me suportar mesmo assim. Entretanto, o que me traz preocupação não é o fato de haver tantos cristãos nessa situação, porque era de se esperar que fosse mesmo assim por causa de nossa natureza decaída. Mas o que me preocupa realmente é haver aqueles que se acham imunes ou isentos às mesmas paixões e tribulações comuns a todos os mortais.

E é aí que entra a Confissão Positiva e a Teologia da Prosperidade, que engana o ser humano decaído alçando-o a uma posição de filho de Deus no que concerne apenas aos direitos, mas não aos deveres. Como filho de Deus, segundo a Teologia da Prosperidade, tenho todo o direito de exigir de Deus tudo o eu que quiser, cabendo a Ele o dever de me atender sem pestanejar ou questionar. É impressão minha ou nós invertemos os papéis? Ah, se todos os crentes fossem assim para com Deus, cumprindo toda sua vontade imediatamente e plenamente! Não apenas a igreja seria diferente, mas o mundo! Mas esse pensamento está fora de moda, hoje a ordem do dia é fazer Deus obedecer você e não você obedecer a Deus, entendeu? Nem eu. Parece-me que essa tal Teologia da Prosperidade é uma repaginação da proposta satânica a Eva no Éden: sereis como Deus.

Você já ouviu algum adepto dessa estranha teologia pregar que se somos filhos de Deus, à sua imagem e semelhança, somos como pequenos deuses, tal qual filho de peixe peixinho é? Preste atenção: esses “crentes” realmente se parecem com Deus? Acho que não. Então com quem eles se parecem? Parecem com o diabo! Duvida? Reflita: quando o diabo levou Jesus ao topo do monte e lhe mostrou a glória dos reinos, qual foi sua proposta ao Mestre? Tudo isto te darei, se prostrado me adorares. É isso que está acontecendo hoje. Os crentes estão querendo ver Jesus ajoelhado aos seus pés apenas aguardando a última ordem. Nós dizemos ao Senhor: eu te servirei (darei a Ti a minha alma) se me adorares (fizer o que mando). Em uma coisa a Teologia da Prosperidade acertou: os crentes que acreditam nela realmente se tornam pequenos deuses, deusinhos: caprichosos, arrogantes, intolerantes e insuportáveis.

Mas estão se tornando a cada dia mais e mais parecidos com o deus que lhes serve de parâmetro – o diabo. Quem mais ousou usurpar o lugar de Deus? Depois dele, agora os crentes que acreditam nessa aberração teológica e estapafúrdia. Os crentes que mais se parecem com Jesus são os humildes e mansos, não os arrogantes e orgulhosos. A Teologia da Prosperidade deveria se chamar Teologia da Miserabilidade, visto que torna os crentes derrotados, miseráveis, mesquinhos, orgulhosos, iludidos e presunçosos. E por fim, le grand finale: a perdição eterna. Uma teologia assim só pode ter vindo das mais profundas profundezas do inferno, bem debaixo do asqueroso trono de satanás. Isso é prosperidade? Desde quando? Se ainda tem alguma dúvida, leia a opinião de Jesus em Apocalipse 3 a respeito da igreja de Laodicéia, que a si mesma se considerava rica e importante, e verá um reflexo bem próximo desses “irmãos”. Confira você mesmo.
Uma confusão de termos e conceitos que engana a muitos incautos. A questão da unidade serve para que alguns papistas rejeitem a crença protestante de que o Espírito ilumina os crentes a fim de que possam entender a verdade bíblica. Em face das divisões entre os protestantes, os papistas argumentam que, se o Protestantismo fosse verdadeiro, o Espírito Santo estaria em contradição, por inspirar indivíduos a crerem em algo diferente acerca de certos pontos doutrinários.
O que aqueles que se valem desta linha de argumentação ignoram, por conveniência ou não, é que iluminação não é igual à inspiração. Deveras, a iluminação abrange a cada crente, embora isto não seja igual à inspiração e não garanta qualquer infalibilidade ao indivíduo. Razão pela qual é impróprio nossos oponentes questionarem se o Espírito ilumina a cada crente, capacitando-o a entender as verdades divinas, como as Escrituras garantem (Ef 1.17-18; 1 Co 2.15ss), com base no fato de que há divergências entre os cristãos. O Espírito prover ao crente a capacidade de entender não é a mesma coisa de o Espírito prover infalibilidade, mas, sim, dar os meios de conhecer a verdade. Com efeito, o Espírito Santo e a Palavra que Ele próprio inspirou não se divorciam. A Palavra de Deus é viva porque o Espírito Santo fala por meio dela ao crente. Como o crente vai entender a Palavra de Deus, se vai entender corretamente, isto tem a ver com meticulosidade no exame da Escritura e não, em si, quando há erro de interpretação, com erro na iluminação provida pela terceira pessoa da Santíssima Trindade.

Do ponto de vista de conteúdo da Igreja, vê-se a influência da pós-modernidade no individualismo que tomou corpo e afastou as pessoas das preocupações sociais. Os anos sessentas foram anos de discussões sobre a ação social das igrejas. Havia uma preocupação enorme com a pobreza e com a política. A ênfase dominante hoje é dada pela teologia da prosperidade. As pessoas estão preocupadas com cura, saúde, riqueza, resolução dos seus problemas e pouco com a transformação do mundo. As pessoas irão a uma corrente de sete dias de culto e a uma vigília para melhorarem suas finanças, mas não irão para orar pela conversão de pecadores. A geração de hoje é sem ideais, a que sociólogos chamam de geração shopping, cuja preocupação é o consumo, o tênis da moda, a camisa da grife badalada e a freqüência às lanchonetes de nomes americanos para a famosa sucata alimentar: sanduíche e refrigerante. Uma geração economicamente rica, mas de conteúdo muito pobre. Fútil mesmo. Quando se perdem os ideais, a vida se empobrece. E isto se reflete na Igreja. Quando uma igreja diz que Deus não lhe deu a missão de evangelizar, mas de capacitar os crentes de uma determinada camada social e avança nas pessoas bem aquinhoadas de outras igrejas, pescando em aquário, o que é isto, senão uma pós-modernidade espiritual?
A Igreja nasceu de duas perguntas: "Quem dizem os homens que eu sou?" e "Vós, quem dizeis que eu sou?". O cristianismo é uma pessoa, Jesus Cristo. Conhecê-lo, aprofundar-se nele, nos seus ensinos, isso capacitará o cristão para entender o mundo.
O autor é pastor da IB do Cambuí
Bacharel em Teologia, Filosofia e Psicologia
Mestre em Educação e em Teologia
SEPARANDO O JOIO DO TRIGO 12.03.2002

Antônio Laércio dos Reis *
Infelizmente, o pregar teologias não fundamentadas nas sãs doutrinas da Palavra de Deus, individual e institucionalmente, tem sido um atrativo conveniente, para muitos, cujas mentes cauterizadas pelo erro, se recusam a atender os mais diferentes apelos, daqueles que se esforçam de todas as formas e maneiras, para manter viva a verdadeira palavra da salvação.
O que assistimos é um movimento de fé mercantil, que cria nos seus humildes devotos, um tipo de ilusão ou fantasia psicológica, muito parecida com os inúmeros seguidores de jogos de azar, e, outros muitos tipos de propostas de prosperidade materiais fáceis.
Mas, Pedro, na sua primeira carta, a meu ver, faz um verdadeiro desmascaramento de todo imediatismo e horizontalização de esperanças deste falso Evangelho, de que estamos falando.
Pedro fala sim, da maravilhosa misericórdia de Deus, que pela fé no sacrifício remidor de Cristo, nos faz renascer para uma nova esperança de vida, garantida pela ressurreição de Cristo dentre os mortos; esperança de uma herança guardada nos céus, para os que crêem em Cristo; herança que não se destrói com o tempo, não se macula e não murcha, ou seja, que jamais perde o seu valor. Ele diz: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros" (1Pe 1:3-4). Conforme podemos conferir, as promessas do Evangelho estão fundamentadas, em valores espirituais incomparavelmente superiores a quaisquer projetos terrenos.
O amado apóstolo garante ainda, aos cristãos fiéis, que, os que assim crêem, são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para uma salvação já preparada, e que se mostrará na sua plenitude, no final dos tempos: "...que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo" (V. 5).
De importância teologicamente esclarecedora é a colaboração do apóstolo, expressa de forma nitidamente contrária ao que prega a Teologia do Triunfalismo; uma vez que alerta para as dificuldades, tribulações e sofrimentos, a que estão sujeitos todos os cristãos, como uma prova de Deus, para o exercício da fé. Pedro abre um paralelo com o ouro, e outros metais preciosos, que são provados no fogo, para serem purificados das suas escórias: "Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que o valor da vossa fé, uma vez confirmado, muito mais precioso do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo...." (Vv. 6-7).
Desta feita, o resultado tenderá sempre para um caráter regenerado, transbordante em louvor, glória, honra e adoração, com a nova vida revelada em Cristo, o qual ainda que não seja visto agora, é amado e faz o coração, ou melhor dizendo, faz a vida exultar de uma alegria impossível de ser traduzida em uma linguagem compreensível: "... a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas" (Vv. 8-9). Pedro diz, que tudo isso, é o resultado da salvação, que nos foi graciosamente concedida em Cristo.
Portanto, caro leitor, esta é uma parte importante, do verdadeiro Evangelho, que nosso Senhor Jesus Cristo ordenou fosse ensinado e pregado; e não, o que com freqüência temos visto por aí.
Cristianismo é renúncia de si mesmo e renovação de caráter. Desejo de enriquecimento, e mente voltada com obsessão para o aumento de produção e renda, são aparatos de uma outra doutrina não espiritual, mas terrena e muito em voga em nossos dias, o velho e conhecido CAPITALISMO.
Que Deus nos abençoe. Amém
Colaboração do Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva.

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